Um dos principais desafios da EACE (entidade que implementa os compromissos de educação conectada do leilão de 5G) nesse momento é conseguir casar as mais de 10,6 mil escolas do programa Aprender Conectado que já receberam a rede interna (sistemas de Wi-Fi) mas não têm a conectividade (rede externa) com as cerca de 7 mil que têm conectividade mas ainda não estão com os sistemas de rede interna concluídos.
Em entrevista ao TELETIME em Destaque, programa do canal de Youtube da TELETIME, Flávio Santos, diretor geral da EACE, voltou a comemorar a marca de mais de 4,2 mil escolas totalmente ativadas atingida pela entidade na semana passada e o ritmo de mais de 100 escolas sendo ativadas por dia, mas reconhece que existe um problema a ser resolvido, que é esse descasamento entre rede interna e rede externa.
Segundo ele, parte do problema se deve ao fato de que a EACE ainda não tinha definido a contratação das conexões de rede externa por satélite, o que foi encaminhado na semana passada, com a celebração do acordo com a Telebras para a conexão de mais de 4 mil pontos. Outra parte se deve ao modelo de contratação praticado até aqui.
Ele diz que a partir das novas fases dos processos de contratação, a EACE incluirá tanto rede interna quanto rede externa no mesmo objeto de contratação, de modo que quando o serviço for concluído, a escola esteja plenamente ativada.
O programa Aprender Conectado, e portanto a EACE, tem a meta de conectar plenamente, ainda este ano, 18 mil escolas, e no ano que vem são mais 20 mil que precisarão ser conectadas. Mas as contratações, diz Santos, devem todas ser feitas este ano, para que 2026 o foco possa ser apenas na implementação e nas entregas. Para cumprir o que falta, o ritmo de instalações da EACE deve ficar acima das 67 escolas por dia, segundo cálculo realizado pela TELETIME.
Outra novidade nas próximas contratações é que as grandes operadoras, que até então participavam da governança da EACE, começaram a apresentar propostas para participar dos projetos de implementação e, em alguns casos, ganharam o edital de contratação. TIM, Claro, Vivo e Algar, por terem vencido o leilão da faixa de 26 GHz realizada pela Anatel em 2021, foram as empresas responsáveis por fundar e gerir a EACE até março deste ano. Elas não estavam impedidas de participar, mas era necessário uma avaliação prévia pelo GAPE (grupo gestor responsável pelas diretrizes de operação da EACE) sobre eventuais conflitos e interesse público.
Em março, contudo, foi acertada uma mudança na governança da entidade, e as operadoras, apesar de se manterem como associadas, não têm mais a responsabilidade sobre a gestão, que agora cabe, no limite, ao Ministério das Comunicações e ao Conselho Deliberativo indicado pelo governo.
Flávio Santos também diz que a EACE começa, agora, a contratar projetos com conectividade por FWA na rede 5G. Segundo ele, esta também será uma forma de agilizar as instalações e ampliar o atendimento.
Confira aqui a íntegra da entrevista: